terça-feira, 8 de novembro de 2011

Não é facil! Mas também ninguém disse que era.

Olá aqui estou eu de novo, já a algum tempo que não vinha aqui e hoje achei que deveria dar me a conhecer melhor a quem não me conhece.
Para começar não sou nenhuma coitadinha nem nenhuma mariquinhas apenas tive a vida que muitos não tiveram e não entendem mas também não teem de entender. todos os dias vou escrever um pouco da minha história até ao momento, e aí vão perceber que nada acontece por acaso.
sou de uma aldeia pequena na altura com meia duzia de habitantes e poucas crianças,as nossas brincadeiras eram brincadeiras saudaveis ou seja brincadeiras de quem morava no campo,desde cedo que o meu ambiente em casa era de fujir, o meu pai trabalhava numa fabrica e a minha mãe era doméstica, o meu irmão era mais velho que eu 8 anos, o meu pai todos os dias ou praticamente todos os dias vinha bebedo para casa e batia na minha mãe fui habituada a ver a minha mãe a fujir para a casa das vizinhas,lembro me que o unico dia agradavel da semana era o domingo quando a minha avô materna ia lá almoçar o frango assado na brasa que eu tanto gostava, aí tinhamos uma casa cheia de familiares e que saudades eu tenho de ter uma familia grande! enfim... passamos a frente sempre fui muito nervosa muito amedrontada principalmente com o medo do sofrimento fisico e da morte talvez por na minha familia terem morrido muita gente.
A minha mãe quando eu tinha 8 anos engravidou eu fiquei super contente pois ia ter uma irmã que tanto queria, o pior foi quando a minha irmã nasceu... nasceu com sindroma de down escusado será dizer que para os meus pais foi um sofrimento imenso, para mim não tanto pois não estava bem dentro do assunto, fui crescendo vendo a minha irmã sempre doente e a minha mãe sempre nos médicos com ela, os unicos momentos de paz que eu tinha era na escola, e por falar em escola lembro me tão bem de chegar da escola e sentir o cheiro do café e das torradas quentinhas feitas pela minha querida mãe que tantas saudades tenho, sentava me a mesa e molhava as torradas no café e tão bom que era, a minha avó paterna lanchava sempre conosco.
fui habituada a receber muitos mimos da minha mãe e lembro me de estar sentada ao seu colo a ouvir as histórias de quando ela tinha a minha idade ao falar nisto consigo sentir o seu cheiro e lembrar me de cada traço e de cada sinal do seu rosto, amo-te mãe e tu onde estás sabes disso. o meu irmão nunca se deu muito bem com o meu pai e por isso saiu de casa e passou a viver numa casa desabitada que pertencia a minha tia que morava em lisboa. Os Natais eram tão alegres assim como as minhas festas de anos pois a minha mãe adorava receber e cozinhar para muitas pessoas.Saudades é o que me vem a cabeça, passando a frente, a minha avó materna adoeceu e acabou por falecer o que deitou a minha mãe muito a baixo, chorava dias inteiros sem parar até que um dia estava em casa com ela e deu-lhe uma trombose ficou paralisada do lado esquerdo se bem me recordo, foi recoperando lentamente até que num outro dia estava comigo em casa e deixou de ver de repente, fui eu que fiz o jantar nesse dia com ela a dizer me o que por na panela, nunca mais me vou esquecer disto, seguiram se dias em que deixava de ouvir ou seja recuperava um sentido mas podia perder outro, após várias idas ao médico e exames era um tumor maligno no cerebro é obvio que nada havia a fazer, agora fazia sentido as dores de cabeça que a minha mãe tinha eram tal que vomitava sempre os medicos disseram para me prepararem que iria ver a minha mãe sem cabelo mas tal não chegou a acontecer não ouve tempo foi tudo muito rapido. Eu tinha 13 anos a minha irmã 4 e o meu irmão 21.
O ultimo dia que a vi viva e consciente foi de manhã num dia de setembro e lá estava ela a vomitar, e as minhas ultimas palavras para ela foram dás me dinheiro para eu comer um bolo na escola? Aí se eu soubesse tinham sido amo-te muito minha mãe querida. Quando regressei da escola vi que algo se passava não havia o cheiro do café e das torradas mas sim uma multidão de gente a minha porta e uma ambulancia, a minha mãe estava a morrer eu falei para ela mas ela já não falava não me reconhecia ´já estava em estado tal que não consigo descrever, foi levada para santa maria onde viria a falecer. (continua)

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